Escala Espírita
São de diferentes ordens os Espíritos, de acordo com o grau de perfeição que tenham alcançado.
Essas ordens são ilimitadas em número, porque não há entre elas, linhas de demarcação traçadas como barreiras. Todavia, considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, e visando facilitar o estudo, a espiritualidade orientou Allan Kardec no sentido de reduzir estas ordens a três principais.
Na primeira, colocar-se-ão os que atingiram a perfeição: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhe retardam o progresso, eis o que os caracteriza.
A classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta classificação, aliás nada tem de absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. De um a outro grau a transição é insensível.
Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos
Caracteres Gerais: Predomínio da matéria sobre o Espírito; propensão ao mal;
ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhe são conseqüentes. Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem; apresentam idéias pouco elevadas. Na linguagem que usam se lhes revela o caráter. A felicidade dos bons lhes trazem aflição e amargura. Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea. E como sofrem por longo tempo, julgam que sofrerão para sempre. É a eles que Jesus falava do fogo eterno, não que o suplício fosse para sempre, mas que devido ao grande sofrimento, o ardor seria uma eternidade.
Esta ordem apresenta cinco classes principais:
· Décima Classe: Espíritos Impuros – O mal é o objeto de suas preocupações; sua linguagem é grosseira e revela a baixeza de suas inclinações. Alguns povos os arvoraram em divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demônios, maus gênios, Espíritos do mal. Quando encarnados são propensos a todos os vícios geradores das mais sórdidas paixões.
· Nona Classe: Espíritos Levianos – São ignorantes e inconseqüentes, mais maliciosos do que propriamente maus; linguagem irônica e superficial. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes.
· Oitava Classe: Espíritos Pseudo Sábios – Possuem conhecimentos bastante amplos, mas julgam saber mais do que sabem; sua linguagem tem caráter sério, misturando verdades com suas próprias paixões e preconceitos.
· Sétima Classe: Espíritos Neutros – Apegados às coisas do mundo, sentem saudades de suas grosseiras alegrias. Não são bons o suficiente para praticarem o bem, nem maus o bastante para fazerem o mal.
· Sexta Classe: Espíritos Batedores e Perturbadores – Esses não formam uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais. Podem pertencer a todas as classes da Terceira Ordem; sua presença manifesta-se por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas e deslocamento de corpos sólidos. Parecem ser agentes dos elementos do globo; quer atuem sobre o ar, a água, o fogo, mas é que deles se servem os Espíritos Superiores para produzir esses fenômenos físicos do planeta, quando julgam úteis as manifestações deste gênero.
Segunda Ordem: Bons Espíritos
Caracteres Gerais: Predomínio do Espírito sobre a matéria; desejo do bem; compreendem Deus e o infinito, mas ainda terão de passar por provas; uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. Quando desencarnados, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhe mostram dignos de proteção. Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com seus semelhantes, não os movem orgulho, nem o egoísmo. A essa ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças populares, pelos nomes de protetores, anjos da guarda, Espíritos do bem.
Esta ordem apresenta quatro classes principais:
· Quinta classe: Espíritos Benévolos – Seu progresso realizou-se mais no sentido moral do que no intelectual; a bondade é a qualidade dominante.
· Quarta Classe: Espíritos Sábios – Amplitude de conhecimentos aplicados em benefício dos semelhantes; têm mais aptidão para as questões científicas do que para as morais.
· Terceira Classe: Espíritos de Sabedoria – Elevadas qualidades morais e capacidade intelectual que lhes permitem analisar com precisão os homens e as coisas.
· Segunda Classe: Espíritos Superiores – Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade; buscam comunicar-se com os que aspiram à verdade. Encarnam-se na Terra apenas em missão de progresso e caracterizam o tipo de perfeição a que podemos aspirar neste mundo.
Primeira Ordem: Espíritos Puros
Caracteres Gerais: Nenhuma influência da matéria; superioridade intelectual e moral absoluta em relação aos Espíritos das outras ordens.
Esta ordem apresenta apenas uma única classe:
· Primeira Classe: Classe Única – Os Espíritos que a compõe percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos a reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.
Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém não é a ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal.
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997